Vamos mudando de conversa pra acabar em samba que é a melhor maneira de se conversar; pois quem faz samba fala e quem fala atenção: força nenhuma cala a voz da multidão. Se tem feitiço, se é filosofia, se nasceu lá na bahia, se vem do morro ou do asfalto, se é na escola ou na bohêmia, que se faça a lira cotidiana. Opção política, mais do que mero gênero ou arte envernizada de museus. Todos somos poetas da lira, historiadores das coisas miúdas nas artimanhas das rodas, encontros, ajuntamentos de gente, criando de improviso culturas.

"Eu sou da lira não posso negar!"


terça-feira, dezembro 16, 2008

A LIRA DE: ARACI CORTES - CANTORAS DÉCADA DE 20

















Zilda de Carvalho Espíndola ou Araci Cortes foi considerada a grande rainha do teatro de revista da Praça Tiradentes, onde estava localizado o antigo Teatro Recreio, e a primeira cantora popular com estrondoso sucesso na década de 20. Era filha de músico que tocava choro e vizinha de Pixinguinha no bairro do Catumbi e aos 17 anos fugiu de casa para se apresentar em circo, no Democrático Circo. Estreiou o primeiro disco em 1925, época em que as gravações fonográficas eram voltadas para vozes masculinas. Em 1928 grava em disco o samba Jura...! de Sinhô. Após a década de 30 Araci permaneceu se apresentando em espetáculos de revista, mas ficou quase 20 anos sem gravar. Na década de 50 grava algumas canções e em 65 participa do espetáculo "Rosa de Ouro" dirigido por Hermínio Bello de Carvalho, com participação do grupo Cinco Crioulos ( Paulinho da Viola, Elton Medeiros, Jair do Cavaquinho, Nelson Sargento e Nescarzinho do Salgueiro) e Clementina de Jesus, gravado em disco. O espetáculo "Rosa de Ouro" ganhou nova versão em 1967, também lançado em disco. Aos 80 anos, em 1984, Araci participa interpretando seu último espetáculo em sua homenagem na Sala Funarte junto com Marília Barbosa.
Ainda há muito o que ser desvelado sobre esta cantora de interpretação singular e personalidade ferina.



01. Casinha (canção) Araci Cortes 1921-1926
02. Chora Violão (canção sertaneja) (Josué de Barros) Araci Cortes 1928
03. Jura...! (samba) (Sinhô) Araci Cortes 1928
04. A Polícia Já Foi Lá Em Casa (samba) (Júlio Cristobal e Olegário Mariano) Araci Cortes 1929
05. Baianinha (samba) (De Chocolat e Oscar Mota) Araci Cortes 1929
06. Eu Não Preciso de Você (samba) (Júlio Cristobal) Araci Cortes 1929
07. Gemer do Violâo (samba) (Lamartine Babo) Araci Cortes 1929
08. Iaiá (canção) (Henrique Vogeler - Luiz Peixoto - Marques Porto) Araci Cortes 1929
09. O Amor Vem Quando a Gente Não Espera (samba) (Ary Barroso - C. M. Bittencourt) Araci Cortes 1929
10. Produto Nacional (samba) (Pedro de Sá Pereira) Araci Cortes 1929
11. Quem Quiser Ver (samba) (Eduardo Souto) Araci Cortes 1929
12. Quindins de Iaiá (samba) (C. M. Bittencourt - Pedro Pereira de Sá) Araci Cortes 1929
13. Tu Qué Toma Meu Home (samba) (Ary Barroso e Olegário Mariano) Araci Cortes 1929
14. Vá Cumprir o Teu Destino (samba) (Ary Barroso) Araci Cortes 1929
15. Vamos Juntar os Trapinhos (canção) (Pedro de Sá Pereira) Araci Cortes 1929
16. Zomba (samba) (Francisco Alves) Araci Cortes 1929
17. Mal de Amor (samba (Sinhô) Araci Cortes 1929-1931
18. Quero Sossego (samba) (Ismael Silva e Nilton Bastos) Araci Cortes 1929-1931
19. Bate Bate (samba) (Ildefonso Norat) Araci Cortes com Orquestra Columbia s.d.
20. Tenho Vontade (samba) (Guilherme Pereira) Araci Cortes com Orquestra Columbia s.d.



A Lira: Araci Cortes - Cantoras Década de 20

Um comentário:

Anônimo disse...

Demorei um pouco para encontrar estes
tres "posts".
Agradeço "de joelhos" por esta homenagem à digníssima Aracy Cortes
Longa vida a você e aos Blogueiros que, às vezes, nem se dão conta da
maravilha que são

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